NOSSOS CAMINHOS DE FERRO ELÉTRICOS

Eng. Dermeval José Pimenta
Administador da Rêde Mineira de Viação 

Ao ser comemorado o primeiro centenário das estradas de ferro no Brasil, é oportuno focalizar-se a questão da eletrificação das ferrovias em nosso país, que é riquíssimo em potencial elétrico, paupérrimo em combustível mineral, e, por isso mesmo, tão impiedoso na devastação de suas reservas florestais, para a alimentação das locomotivas de tração a vapor.

Os primeiros países que iniciaram a eletrificação de suas linhas férreas foram a Suíça e a Itália, justamente porque, tendo abundância de força hidráulica, lutavam com grande deficiência de combustível.

Se a França foi o primeiro país que utilizou uma pequena locomotiva elétrica, acionada por acumuladores, no ano de 1881, cabe o segundo lugar à Suíça, que, em 1898, eletrificou 40 quilômetros de linha, vindo, logo era seguida, a Itália, cujo início da eletrificação de suas ferrovias data de 1901. Os Estados Unidos da América do Norte, país rico em combustíveis, só em 1907 introduzíam a eletrificação em suas linhas férreas, iniciando-a pelas linhas suburbanas de Nova Iorque.

O nosso país foi, também, um dos que primeiro adotaram êsse novo sistema de tração.

Em 1898, havia na cidade do Rio de Janeiro uma ferrovia de bitola de 1,44 metro, denominada E. F. da Tijuca, composta de duas secções, uma de São Cristóvão até a Usina, na raiz da serra da Tijuca, e uma outra, dêste ponto até o Alto da Boa Vista.

A 14 de setembro dc 1898, essa Estrada inaugurou a tração elétrica, com uma extensão de 5 quilómetros entre o Alto da Boa Vista e a Usina, na raiz da Serra.

Pelos elementos que pudemos compulsar, parece-nos que o sistema de tração não era o de locomotivas elétricas, mas sim o de carris ou bondes.

Qualquer que tenha sido o sistema, nós o focalizamos aqui, porque, no Brasil, a primeira via férrea que o adotou foi a E. F. da Tijuca.

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